1984
Dois meses para a solenidade da entrega do Espadim, recebemos pequenos pedaços de papel com uma série de combinações e uma ordem: "decore-os: dois passos, alto, à direita volver..." Um "retângulo" humano seria transformado em uma Espada Alada. Inacreditável? Não, apenas uma questão de treino. Assim se iniciou a série de "aberturas da asinha". Não existia hora prevista: antes da alvorada, antes do almoço, à noite ou mesmo no sagrado final de semana. Cansados de treinar, recebemos a notícia de que o esquema seria mudado. Ninguém acreditava: fomos novamente ao início de tudo. Chegamos a 100 aberturas, porém estávamos longe do ideal. Paciência!...
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Uma visão aérea do resultado do exaustivo treinamento para o Espadim Aos treinamentos dos novatos juntou-se a preparação da passagem de Comando da AFA, que aconteceu no dia 29 de junho. O treinamento armado era muito mais cansativo, o que ensejava que desejássemos mais ardentemente o "abrir" e "fechar asinha". Na passagem do Comando, o Esquadrão Águia brilhou, e os elogios fizeram aumentar nossa vibração nos treinos que se seguiram.
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O Brig Pessoa faz sua despedida na passagem do comando
O dia da formatura (uma das mais bonitas cerimônias da FAB) estava se aproximando, e o que parecia sonho aos poucos se tornava realidade. O dispositivo chegara quase ao ideal, à custa de muito treinamento, porém não existia sequer um componente do 1º esquadrão (oficial ou cadete) que aceitasse a formatura aquém da perfeição.
No dia anterior ao da entrega do Espadim, nossos familiares começaram a chegar; nossa vibração e nossa emoção estavam à flor da pele.
Na noite de nove para dez de julho, tivemos uma surpresa: "Noite de São Bartolomeu". Tratava-se de um corretivo, um "corretivo especial", com o qual sedimentaríamos de vez a consciência, a importância do Espadim.
10 de julho de 84! O dia amanheceu lindo e, bem cedinho, os F-5 da Base Aérea de Santa Cruz fizeram nossa alvorada. Era muita emoção! Quando nosso Comandante ordenou que iniciássemos o deslocamento, sentíamos dentro de nós algo tão forte, tão avassalador, que nos incitava a que marchássemos como nunca, a que bradássemos nosso "Grito de Guerra" com intensidade jamais escutada. Naquele momento, a Turma Águia se apresentava à Força Aérea, representada pelo nosso Ministro. Havia sido válido aquele treinamento todo, mostrávamos nossa 184a. "asinha".
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O Ten Cel Walacyr, comandante do CCAer, |
Deslocamento do esquadrão Águia para o local da solenidade
Recebemos das mãos das nossas madrinhas o desejado Espadim. Mais do que nunca tínhamos orgulho de dizer:
como símbolo de Coragem, Lealdade, Honra, Dever e Pátria".
Nesse período, fomos comandados pelo Ten Cel Walacyr Cheriegate, um oficial que muito nos marcou, principalmente com seu exemplo. Sempre nos deu condições de cada vez mais desenvolver o grande potencial da Turma.
O ano acabou. Tínhamos a certeza de que a Academia depositada em nós muita confiança para "transformar" o Corpo de Cadetes, e os parabolóides sempre abrigarão os ecos do Esquadrão que nunca deixou de cantar nos deslocamentos, acendrando nos demais o orgulho da condição de cadetes.
- Que Turma é essa?
O Cap Pinto Machado, que nos deixou para comandar |
Despedida do Ten Lima Passos |
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