1986

O contato do cadete intendente com as novas funções

Os quadros de Intendência e Infantaria também não tinham folga. A nova turma de Intendência foi, aos poucos, conhecendo-se e percebendo a configuração do quadro. Um outro campo, o da administração, abria-se diante dos cadetes. Os primeiros contatos com as disciplinas relacionadas com Economia e Administração, complementadas com as inúmeras palestras proferidas por Ofjciais-Intendentes, foram elementos motivantes para que os cadetes-intendentes se encaixassem na nova engrenagem.

No transcorrer do ano foram realizadas visitas à Fazenda e à Prefeitura da Aeronáutica, à Freios Varga S/A, e isto fez com que a teoria aprendida em salas de aulas fosse vista na prática, colaborando, em muito, para a fixação dos ensinamentos.

Mais próximos ao final do ano, tivemos contato com as disciplinas específicas da Intendência, nas quais fomos profissionalizando e especializando. Como grande destaque, comemorou-se o dia da Intendência, ocasião em que os integrante do quadro se confraternizaram através de competições desportivas e eventos sociais, mostrando sua união.



Os Cadetes dos Cursos de Intendência e de Infantaria sempre tiveram o anseio de ostentar em seus uniformes uma insígnia, algo que os distinguisse entre si e também dos companheiros do CFOAV. Desejavam ter o direito de utilizar o seu "lachê", já que nada havia, à primeira vista, que possibilitasse determinar quando se tratava de um Cadcte de Intendência ou de Infantaria.

No segundo semestre de 1985 (setembro), alguns Cadetes do então Segundo Esquadrão informalmente se movimentaram no sentido de trabalhar em cima desse objetivo. Idéias sobre o formato de um possível distintivo foram lançadas, e desenhos foram realizados, visando a um modelo ideal. Este trabalho alcançou um nível de qualidade tal, que estes cadetes, encabeçados por outro de série mais antiga, resolveram apresentá-lo a nível de sugestão aos nossos oficiais.

Esta sucessão de acontecimentos teve como ponto culminante a entrega, já no ano de 1986, dos distintivos característicos de curso aos Cadetes do terceiro e quarto esquadrões, dos Cursos de Formação de Oficiais Intendentes e de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica. Realizou-se uma cerimônia muito simples, mas plena de vibração, acalentada pela ufania dos companheiros tanto da "Impoluta da Logística" quanto da "Rainha das Armas".



Treinamento com carro anfíbio


Na Infantaria, começamos a ter experiência como instrutores e monitores na Operação "Cadete Orlando"; desenvolvida junto ao Batalhão de Infantaria da AFA. Nela, são ministradas instruções sobre ofidismo, sobrevivência, armadilhas, guerra química, cabo aéreo, cabo submerso, pista de ação e reação, orientação e silenciamento de sentinelas.

Iniciamos, posteriormente, com o auxílio do 2º Regimento de Carros de Combate (2º RCC), atividades com carros blindados e fizemos a travessia de obstáculos aquáticos em carros anfíbios e a ocupação e defesa do Aeroclube de Pirassununga. Nas aulas teóricas do curso, aprendíamos, bem a fundo, os regulamentos aeronáuticos, Direito Criminal e diversas matérias indispensáveis à formação de uni eficiente Oficial de Infantaria.

O final do ano estava próximo. Estávamos, sem exceção, naquele clima de últimas provas, de planejamento de viagens de férias e naquela ansiedade de logo nos tornarmos quartanistas, quando surgiu um "bizu" de que teríamos, no final de semana, um acampamento geral.

O que era oficioso tornou-se programação real, e o Corpo de Cadetes ficou para a chamada "Operação Racha", cujo objetivo era motivar-nos e adestrar-nos ainda mais, mediante atividades específicas. Foram dias difíceis. Aprendemos e recordamos muitas coisas necessárias a um combatente: tiro instintivo, pista de ação e reação, ofidismo, orientação diurna e noturna, organização e execução de patrulhas, e muitas outras atividades.

Na volta, a consciência de que o resultado era mais positivo do que o esperado.

Acampamento da "Operação Racha"



O Cap Frison, que nos acompanhou durante dois anos, desfila à frente do nosso esquadrão no Sete de Setembro. Deixou-nos para assumir novas funções no Corpo de Cadetes

O Ten Lobato nessa época foi requisitado para compor a equipe da Seção de Doutrina, recentemente criada no CCAer

O ano terminou e seriam nossas últimas férias como cadetes. Sabíamos das nossas responsabilidades (afinal de contas, tudo já estava em nossas mãos - cadeia de comando, clubes, sociedade, equipes) e sabíamos, também, que 87 não seria um ano fácil. Todas as Águias, porém, tinham plena consciência que o novo quarto ano também marcaria época na Academia.



Instrutor Militar no 2º e 3º anos, o Cap Stanzel, por necessidade do serviço, foi transferido para Brasília



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